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Acuso...!

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Acuso...!


Carta à Opinião Mundial


Tradução: Isabel Conde

 

 

Senhoras e senhores deste mundo,

Permitem-me que, na minha gratidão pela benevolente atenção que possam dispensar ao meu texto, tenha a preocupação de lhes dizer que o vosso humanismo está ameaçado pela mais vergonhosa, pela mais indelével das máculas?

Uma entidade chamada "Israel" está, por decisão unilateral, a dizimar todo um povo indefeso, afronta suprema a toda a verdade, a toda a justiça. E pronto, a humanidade inteira tem na face esta nódoa e a história registará que foi na vossa época que um crime tão abominável pôde ser cometido.

Já que ousaram, eu também ousarei. Direi a verdade, porque prometi dizê-la, se a justiça, devidamente accionada, não o fizesse, plena e completamente. O meu dever é falar, não quero ser cúmplice. As minhas noites seriam assombradas pelo espectro desses inocentes esmagados sob os escombros, desses milhares de crianças e mulheres selvaticamente assassinadas.

E é a vós, senhoras e senhores deste mundo, que vou gritar esta verdade, com toda a força da minha revolta de homem honesto. Para vossa honra, estou inclinado a acreditar que a ignorais. E a quem, então, denunciarei a turba malfeitora dos verdadeiros culpados, senão a vós, cidadãos honestos deste mundo?

Acuso essa entidade chamada "Israel" de crimes de guerra, crimes contra a humanidade, crimes em massa, de genocídio, de apartheid e de limpeza étnica;

Acuso os países ocidentais, abusivamente designados por "comunidade internacional", de cumplicidade activa em todos os crimes do Estado sionista;

Acuso esses países de nos rebentarem os tímpanos, durante todo o dia, com os seus sempiternos "Direitos do Homem", enquanto são subitamente atacados de amnésia quando se trata dos palestinianos;

Acuso esses países de nos seringaram esse conceito falacioso do "Direito de Proteger" (R2P) quando lhes convém e de o substituírem pelo "Direito de Matar" (R2K) quando se trata dos palestinianos;

Acuso os meios de comunicação social ocidentais de trabalharem em matilha, de desrespeitarem as regras básicas da deontologia, de difundirem mentiras, de seguirem cegamente a política pró-sionista dos seus países e, consequentemente, de cometerem crimes de guerra contra os palestinianos;

Acuso as ONG de defesa dos direitos do homem, que passam o seu tempo a protestar contra certos países-alvo porque são generosamente sustentadas pelo Ocidente, de não prestarem assistência a um povo em perigo de extermínio;

Acuso a FIFA, outro instrumento ocidental e otanesco, de "castigar" com celeridade certos países e de fechar cobardemente os olhos quando se trata do Estado hebraico;

Acuso as Nações Unidas de não passarem de uma vulgar "coisa" que serve apenas de hemiciclo para intermináveis palavras estéreis. Se esta instituição não é capaz de pôr rapidamente termo a um genocídio em plena luz do dia, então não tem o direito de existir;

Acuso os países árabes que "normalizaram" as suas relações com a bárbara entidade sionista de venderem a sua alma à selvajaria e de sacrificarem a justa causa do povo palestiniano.

Só tenho uma paixão, a da luz, em nome da humanidade que tanto sofreu e que tem direito à felicidade. O meu protesto inflamado não é senão o grito da minha alma. Que ousem, pois, levar-me a tribunal e que o inquérito tenha lugar em pleno dia!

Fico à espera.

Ahmed Bensaada

P.S.: Os quatro primeiros parágrafos e a conclusão deste artigo foram tomados do texto "J'Accuse" de Émile Zola, publicado em 13 de Janeiro de 1898 na primeira página do diário parisiense “L'Aurore”.



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